Instalações e obras de recuperação retomadas recentemente após liberação do Iphan foram vistoriadas pelo MPRN
As instalações do futuro Museu do Trem, localizado no bairro da Ribeira, em Natal, foram vistoriadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), nesta terça-feira (16). As obras de recuperação do imóvel, que abrigava antiga oficina de trens no século XX, foram retomadas recentemente após liberação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A vistoria foi realizada pelo 41º promotor de Justiça da Comarca de Natal, com atribuição em defesa do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural, João Batista Machado Barbosa. Acompanharam a ação, representantes do Iphan e dos responsáveis pela obra, o Instituto Técnico Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e a empresa PSE Engenharia. O Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural e da Cidadania (IAPHACC) também enviou representante.
“Este é um trabalho pioneiro no Estado, pois nunca houve uma iniciativa para proteger o patrimônio ferroviário”, avaliou o representante ministerial. Estou satisfeito, continuou, “pois o local está sendo preservado e isso é interesse de todos os envolvidos, principalmente do IFRN que vai construir um campus ao lado do futuro museu, aliando história à educação”.
O promotor de Justiça ouviu os representantes das instituições e da empresa envolvida nas obras do futuro museu e, ao final, acordou nova vistoria para o início de 2015. Além disso, também cobrou as responsabilidades de cada um para a continuidade da recuperação do patrimônio ferroviário com celeridade. Assim, o IFRN e a PSE Engenharia deverão preparar os projetos restantes (como o estrutural e o hidrossanitário) para que o Iphan analise-os e aprove-os para execução.
Rotunda e ACP
Na antiga oficina de trens, chamada de rotunda, encontra-se guardada a locomotiva Catita, que foi adquirida em 1906 pela Estrada de Ferro Central do RN e teve destaque em momentos importantes do desenvolvimento do Estado. Em 1975, a empresa Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima teria levado a locomotiva para Recife, com a finalidade de deixá-la exposta no escritório regional.
O retorno da Catita ocorreu graças à uma iniciativa do MPRN, que ingressou com uma ação civil pública (ACP) na Justiça, pedindo que a locomotiva fosse reconhecida formalmente como bem de valor histórico-cultural para o Rio Grande do Norte, por meio do devido tombamento.
Rotunda é um estrutura ferroviária circular, utilizada para inverter a direção de uma locomotiva, para ser guardada em uma baia. O girador era acionado, muitas vezes manualmente, para apontar a locomotiva para a baia que receberia a máquina, ou para voltar na própria linha ferroviária, que seria utilizada.
No interior da rotunda há uma placa giratória, que por sua vez conecta com as vias da estação e inverte a marcha das máquinas. Estes giradores são trilhos que giram dentro de um círculo com um poço.