Objetivo é promover um maior controle de acesso e identificação de maus torcedores

“Enquanto não se controlar a entrada de torcedores nos estádios, o combate à violência nas praças esportivas vai ficar difícil”. Essa foi a reflexão do promotor de Justiça Luiz Eduardo Marinho Costa, após participar de uma discussão no Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o combate à criminalidade nos estádios de futebol.
Na ocasião, ele conheceu dois projetos que pretendem minimizar os riscos de violência nos campeonatos de futebol. No Rio de Janeiro, com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), uma das iniciativas está fazendo o cadastramento biométrico facial dos torcedores como forma de identificar quem tem acesso aos jogos. Entretanto, segundo o promotor de Justiça, esse projeto deve ser mais oneroso, podendo dificultar a sua implantação no Rio Grande do Norte.
A segunda iniciativa apresentada na reunião está em funcionamento no estádio Joaquim Américo Guimarães, conhecido como Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Ela consiste no cadastramento das digitais dos torcedores no momento da compra dos ingressos. Com isso, os ingressos ficam atrelados à pessoa que de fato vai utilizar.
“Essa ideia, além de facilitar a identificação de torcedores que estejam com alguma restrição de acesso ou cumprindo alguma medida punitiva com base no Estatuto do Torcedor, vai coibir a ação de cambistas”, explica Luiz Eduardo.
Ele ressalta que a experiência em Curitiba tem apresentados resultados muito positivos. Ao entrar no estádio, o torcedor se identifica por meio da digital e, caso haja qualquer restrição, ele é retido e encaminhado para providências. Até mesmo quando há jogos internacionais, os torcedores de outros países passam pelo processo de cadastramento.
“Hoje um dos grandes problemas da violência é que um mau torcedor pode cometer atos ilícitos e, mesmo que seja identificado e punido, no final de semana seguinte ele consegue entrar novamente no estádio, pois a estrutura atual não permite um controle mais rígido”, lembra o promotor de Justiça.
A intenção do Ministério Público é avançar nessas discussões e tentar uma forma viável para implantar de sistema semelhante nas praças esportivas do Estado. A próxima etapa dos debates está prevista para o mês de agosto, quando representantes do Ministério dos Esportes e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) devem participar para alinhar uma atuação uniforme em todo o país.